
ESG na Saúde: a transformação dos hospitais brasileiros
Hospitais brasileiros avançam na adoção de práticas ESG, com foco crescente em sustentabilidade ambiental e eficiência operacional.
A adoção de práticas sustentáveis está avançando no setor hospitalar brasileiro. Cada vez mais instituições incorporam diretrizes ESG (ambiental, social e de governança) em seus processos, sinalizando uma mudança concreta na forma como a saúde é pensada e gerida no país.
A operação hospitalar exige consumo intensivo de energia, água e materiais, além de gerar resíduos complexos. Diante desse cenário, hospitais vêm implementando soluções para mitigar impactos, aumentar a eficiência e garantir maior transparência na gestão.
Entre os três pilares do ESG, o aspecto ambiental tem ganhado destaque por seu potencial de impacto direto. Hospitais funcionam 24 horas por dia, o que significa uma demanda contínua por eletricidade, climatização e iluminação. Algumas instituições já estão migrando para fontes de energia renovável, como solar e biomassa, com resultados positivos em redução de custos e emissões. Outras adotaram sistemas automatizados de eficiência energética, que otimizam o consumo com base na demanda real dos ambientes.
O uso e o reuso da água também são temas centrais. Sistemas de captação da água da chuva e estações de tratamento próprias para reuso em torres de resfriamento e descargas têm sido adotados como alternativa a um recurso que se torna cada vez mais escasso. Esse tipo de tecnologia, além de reduzir o consumo de água potável, também diminui a pressão sobre os sistemas urbanos.
Outro ponto crítico é o manejo de resíduos hospitalares. Grande parte dos resíduos gerados em ambientes de saúde exige tratamento especial por conter materiais biológicos, químicos ou perfurocortantes. Nesse contexto, algumas instituições passaram a investir em protocolos de separação mais rigorosos, centrais de esterilização e parcerias com cooperativas de reciclagem para os resíduos comuns, ampliando o reaproveitamento e reduzindo significativamente o volume enviado a aterros.
No campo social, a atenção se volta para a saúde e segurança das equipes, ações de inclusão e o relacionamento com a comunidade. Já na dimensão de governança, ganham força iniciativas de compliance, prestação de contas e alinhamento estratégico com metas sustentáveis de longo prazo.
Instituições de referência no país já colocaram em prática esse novo modelo. Algumas operam com sistemas próprios de geração de energia limpa e têm programas de compostagem e reciclagem bem estruturados. Outras reformaram suas instalações com foco em eficiência energética e redução do desperdício. Em comum, essas iniciativas reforçam que sustentabilidade não é acessório, é parte do funcionamento e da credibilidade da organização.
Além dos ganhos ambientais e sociais, o movimento também traz benefícios operacionais. Hospitais com diretrizes ESG claras tendem a reduzir custos, melhorar indicadores de desempenho e fortalecer sua reputação perante pacientes, profissionais e investidores. Há, ainda, maior facilidade no acesso a financiamentos e certificações voltadas a práticas responsáveis.
O avanço do ESG no setor hospitalar sinaliza um amadurecimento importante. Trata-se de reconhecer que a saúde precisa ser pensada de forma sistêmica, considerando não apenas os resultados clínicos, mas também os impactos gerados em toda a cadeia.
Newsletter da Planton
Conteúdos e notícias sobre sustentabilidade no seu e-mail.